Sou fascinada por tendências.
Até mesmo quando elas idicam algo nunca pensado, assunto que já abordamos aqui. Não porque tenho interesse em seguir o que está na última moda.
É um equívoco muito comum achar que as tendências ditam modismos.
Na realidade o que os estudos sobre tendências apontam são direções de comportamentos e gostos que já estão latentes em nós.
Elas não criam nada. Apenas identificam.
Já reparou que os conceitos pré-concebidos estão desaparecendo, que deixamos de nos identificar com estilos rígidos, que não queremos mais ser rotulados de clássicos, modernistas, minimalistas ou seja lá o que for? Isso pressupõe que, depois de uma era de consumismo exacerbado, amadurecemos, não somos mais uma página em branco que o mercado pode imprimir qualquer coisa. Amadurecer significa saber quem somos e o que queremos para nós e para o planeta. Isso é uma tendêndia.
São sinais de grandes mudanças comportamentais.
Podemos dividir as tendências em duas categorias: as megatendências, que vieram para ficar por um longo tempo e, por isso, são mais consistentes, e as tendências imediatas, que podem perceber o nossos desejos para o momento próximo, portanto, pontuais. Entre as megatendências, estão também a sustentabilidade, simplicidade, o uso das cores, as releituras de móveis antigos, a importância que a casa vem assumindo na vida das pessoas etc.
Trabalho com modulados e tenho sempre a preocupação de criar algo personalizado e mais despretencioso.
A cor do ano, por exemplo, identificada por vários institutos de pesquisa é uma tendência imediata.
Significa apenas que neste momento é ela que traduz melhor, em curto prazo, nossos anseios.
A cor “chá dançante” (foto acima) foi definida como a cor de 2012 pelo Color Futures, instituto de tendências da marca holandesa Coral. Assim como em 2011 foi a “toque de limão”, em 2010, a “céu californiano” (azul) e em 2009, a “cheiro-verde” e assim por diante. Mas, como a gente não muda a decoração como troca de roupa, isso significa muito pouco. Não quer dizer que a partir de agora, vamos pintar nossa sala de “goiaba”. Significa que no próximo ano, muitas pessoas podem vir a se identificar com essa cor porque ela é ao mesmo tempo extravagante e séria, dinâmica e suave, cai bem tanto numa parede principal quanto em pequenos toques. Nada além.
O importante são as cores que fazem vc se sentir bem.
E não tenho uma cor diferente, que me proporcione bem estar, para cada ano.
O que não que dizer que eu não possa apreciar ambientes que souberam usar a cor da tendência na decoração.
E não tenho uma cor diferente, que me proporcione bem estar, para cada ano.
O que não que dizer que eu não possa apreciar ambientes que souberam usar a cor da tendência na decoração.
E que isso não desperte em mim a consciência da descoberta de que ela também pode me fazer sentir bem, quem sabe se ela combinar com o resto, posso até dar uns toque da cor em acessórios como almofadas e outros objetos.
Ou seja, os estudos identificaram para mim uma nova possibilidade dentro daquilo que eu já sou.
E estou livre para adotar ou não.
E estou livre para adotar ou não.
Posso querer também mudar de cor da minha decoração daqui a algum tempo porque somos seres mutantes.
Mudamos com o mundo.
A holandesa Lidewij Edelkoort, considerada uma futuróloga das tendências, afirma que o período que começamos a viver deixará para trás idéias pré-concebidas e avançará no sentido de uma fusão universal entre o velho e o novo, o divertido e o sóbrio, e todos os outros rótulos que já mencionamos.
Reparem que em nossas casas e nos novos projetos de decoração que, digamos, já amadureceram, há sempre uma mistura de estilos: rústico e elegante, clássico e contemporâneo, design ultra moderno com móveis e objetos antigos, vontade de ficar mais perto da natureza, e por aí vai.
Tudo isso traduz nossos anseios de liberdade.
O que mais alguém que já amadureceu pode querer para o seu refúgio?
Faz tempo que defini meu gosto como “eclético”, a única forma abrangente que encontrei de traduzir um estilo que pode conter vários outros.
Mas o meu “eclético” certamente será diferente do seu.
Hoje a tendência é valorizarmos mais o convívio entre as pessoas, o conforto, a nossa personalidade, o aconchego, o afeto, a memória, a praticidade, a funcionalidade, a expressão, o ecossistema, sem deixar de apreciar o novo quando ele vem para somar, não para impor algo que não tem nada a ver com a gente.