segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

TENDENCIA NA DECORACAO DE INTERIORES

Sou fascinada por tendências.
Até mesmo quando elas idicam algo nunca pensado, assunto que já abordamos aqui. Não porque tenho interesse em seguir o que está na última moda.
É um equívoco muito comum achar que as tendências ditam modismos.
Na realidade o que os estudos sobre tendências apontam são direções de comportamentos e gostos que já estão latentes em nós.
Elas não criam nada. Apenas identificam.
Já reparou que os conceitos pré-concebidos estão desaparecendo, que deixamos de nos identificar com estilos rígidos, que não queremos mais ser rotulados de clássicos, modernistas, minimalistas ou seja lá o que for?
Isso pressupõe que, depois de uma era de consumismo exacerbado, amadurecemos, não somos mais uma página em branco que o mercado pode imprimir qualquer coisa. Amadurecer significa saber quem somos e o que queremos para nós e para o planeta. Isso é uma tendêndia.
São sinais de grandes mudanças comportamentais.
Podemos dividir as tendências em duas categorias: as megatendências, que vieram para ficar por um longo tempo e, por isso, são mais consistentes, e as tendências imediatas, que podem perceber o nossos desejos para o momento próximo, portanto, pontuais. Entre as megatendências, estão também a sustentabilidade, simplicidade, o uso das cores, as releituras de móveis antigos, a importância que a casa vem assumindo na vida das pessoas etc.
Trabalho com modulados e tenho sempre a preocupação de criar algo personalizado e mais despretencioso.
CoresRetro
A cor do ano, por exemplo, identificada por vários institutos de pesquisa é uma tendência imediata.
Significa apenas que neste momento é ela que traduz melhor, em curto prazo, nossos anseios.
A cor “chá dançante” (foto acima) foi definida como a cor de 2012 pelo Color Futures, instituto de tendências da marca holandesa Coral. Assim como em 2011 foi a “toque de limão”, em 2010, a “céu californiano” (azul) e em 2009, a “cheiro-verde” e assim por diante. Mas, como a gente não muda a decoração como troca de roupa, isso significa muito pouco. Não quer dizer que a partir de agora, vamos pintar nossa sala de “goiaba”. Significa que no próximo ano, muitas pessoas podem vir a se identificar com essa cor porque ela é ao mesmo tempo extravagante e séria, dinâmica e suave, cai bem tanto numa parede principal quanto em pequenos toques. Nada além.
 O importante são as cores que fazem  vc se sentir bem.
E não tenho uma cor diferente, que me proporcione bem estar, para cada ano.
O que não que dizer que eu não possa apreciar ambientes que souberam usar a cor da tendência na decoração.
E que isso não desperte em mim a consciência da descoberta de que ela também pode me fazer sentir bem, quem sabe se ela combinar com o resto, posso até dar uns toque da cor em acessórios como almofadas e outros objetos.
 Ou seja, os estudos identificaram para mim uma nova possibilidade dentro daquilo que eu já sou.
E estou livre para adotar ou não.
Posso querer também mudar de cor da minha decoração daqui a algum tempo porque somos seres mutantes.
Mudamos com o mundo.
A holandesa Lidewij Edelkoort, considerada uma futuróloga das tendências, afirma que o período que começamos a viver deixará para trás idéias pré-concebidas e avançará no sentido de uma fusão universal entre o velho e o novo, o divertido e o sóbrio, e todos os outros rótulos que já mencionamos.
Reparem que em nossas casas e nos novos projetos de decoração que, digamos, já amadureceram, há sempre uma mistura de estilos: rústico e elegante, clássico e contemporâneo, design ultra moderno com móveis e objetos antigos, vontade de ficar mais perto da natureza, e por aí vai.



Tudo isso traduz nossos anseios de liberdade.
O que mais alguém que já amadureceu pode querer para o seu refúgio?
Faz tempo que defini meu gosto como “eclético”, a única forma abrangente que encontrei de traduzir um estilo que pode conter vários outros.
Mas o meu “eclético” certamente será diferente do seu.
Hoje a tendência é valorizarmos mais o convívio entre as pessoas, o conforto, a nossa personalidade, o aconchego, o afeto, a memória, a praticidade, a funcionalidade, a expressão, o ecossistema, sem deixar de apreciar o novo quando ele vem para somar, não para impor algo que não tem nada a ver com a gente.